quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Ata da reunião de 30/07 para aprovação do Fopeca/RN.


FÓRUM PERMANENTE DA CAPOEIRA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

FÓRUM PERMANENTE DA CAPOEIRA DO RN

Às trinta dias do mês de julho de dois mil e quinze, às dezenove horas trinta e nove minutos, iniciou-se a reunião do Fórum Permanente da Capoeira. Mestrando Perninha abriu a reunião retomando os pontos da última reunião. Em seguida, falou os pontos da reunião: informes; fala do Contramestre Biriba; pronunciamento e ao final, encaminhamentos. Iniciando pelos informes, foi dito que foi enviado ofício do Fopeca para o Iphan, solicitando inserir recursos para o Planejamento do Iphan, foi respondido pelo Iphan de que se comprometia a inserir no Planejamento de 2016. Foi aberta a fala, mas ninguém quis se pronunciar. Passou então ao segundo ponto, sobre a fala do Contramestre Biriba sobre a capoeira em Roraima. Apresentou o áudio gravado com o Contra Mestre Biriba, em que o Mestrando Perninha fez alguns questionamentos sobre a situação da capoeira em Roraima, sobre a representação da capoeira em Roraima, em que cada grupo de capoeira tem assento, e gostaria de saber se é uma associação, como é. Respondeu que passou por muitas dificuldades, pois existiam muitos grupos e não se falavam, pois existia rivalidade, mas com o amadurecimento e saída de alguns, o diálogo começou a acontecer entre os grupos maiores. Assim, foi fundada a Federação, que está na segunda gestão. Mas antes disso, foi sugerido que cada grupo formasse a sua associação legalmente constituída. Aí o Iphan começou a articular os grupos e aproximar os líderes; e quando o Iphan percebeu que já existia a associação, o diálogo ficou mais fácil; quando foi feita a federação, com CNPJ e tudo direitinho; existe o regimento, que diz como entrar na Federação, já com a ajuda do Iphan. E o Iphan sugeriu que com a eleição da nova diretoria, dentro do seu trabalho, o grupo de salvaguarda, neste momento o Iphan pega essa responsabilidade, e é eleito o Conselho Gestor de Salvaguarda da Capoeira, disponibilizando assento para todas as associações envolvidas. Começou a citar vários trabalhos realizados, entre eles a reunião do Conselho Gestor de Salvaguarda, todos os meses, com ata, com toda a parte jurídica. Muitas sanções acontecem se os grupos faltarem, eles tem que mandar representante. Falou que veio um técnico do Iphan para conhecer os centros de capoeira no Estado, ele passou a semana toda com oficinas, discutindo o que poderia fazer; e ele disse que o diálogo aqui está muito avançado, que será lançado um livro, gravado um CD, eventos, ele vem ajudando a fazer eventos. Que esse contato com o Iphan só aconteceu porque teve essa formalização. Dentro dessa salvaguarda, Mestres de lá foram chamados pra uma reunião no Congresso Estadual Unitário de Capoeira (CEUC), que foi o mesmo formato de todos os estados, mas o Iphan ajudou bastante, foi feito com toda a legalidade, todo grupo tinha representante. Disse que nas reuniões de salvaguarda, as pessoas levavam sugestões, que todos os grupos tem assento. Se uma verba é conseguida, ela é destinada ao Comitê Gestor para decidir como esse dinheiro pode ser utilizado de forma mais efetiva entre os grupos associados. Hoje o Iphan apoia muito mais, inclusive querem fazer novos produtos. Depois de todo o processo de constituição das associações e da federação, hoje em dia, para um grupo novo participar da Federação, não é fácil, tem que ser votado pelo conselho a aprovação desse novo membro. Disse que lá também é muito forte o movimento gospel, eles possuem uma federação, ele levou ao conhecimento do Iphan e foi sugerido que se reservasse um acento para ela no Comitê Gestor da Salvaguarda. Terminou se colocando à disposição para tirar mais dúvidas. Perninha retomou falando que pode compartilhar depois no grupo do WhatsApp o áudio exposto, pois entende que é muito importante esse relato dele, claro que cada Estado tem sua peculiaridade, mas lembrou que não precisa reinventar a roda e trazer as boas práticas para nosso Estado. Lembrou que Mestre Biriba falou que no início havia resistência, mas que ela foi sendo quebrada. Falando do Fórum do RN, disse que é notório que teve um esvaziamento das reuniões do Fórum, mas que o caminho é se organizar juridicamente. O caminho que eles percorreram lá em Roraima foi se organizar. Por exemplo, se fosse aqui no RN, tem os diversos grupos, cada uma montaria sua associação, que cada um compartilhasse essa informação, de como acontece. Mestre Alcio explicou que uma associação é uma representação política, que trabalhar pelo bem da categoria, que o Fórum e o Conselho de Mestres é sair mais proposições para a capoeira. Mestre Caio falou que a associação é local, ligada à Confederação Nacional da Capoeira, e tem também a Associação dos Professores de Capoeira; disse que as associações hoje representam apenas a vontade do presidente. Mestre Moleque discordou, disse que uma associação tem no mínimo de doze pessoas, e que as decisões são votadas no grupo. Mestre Alcio disse que se quer criar associação e quer criar federação, tem que começar com o respeito, se respeitar as individualidades de cada um, é respeitar a metodologia dele, e ainda hoje tá em discussão quem é o pai da capoeira, eu vi dizendo que vem da África, ele diz que não, pois uma ex-aluna percorreu Angola, mas não encontrou a capoeira lá. Precisa-se respeitar o outro, acabar a guerra de vaidades. Mestrando Perninha retomou, pedindo que depois da fala do Mestre Caio, volte-se para a pauta. Mestre Caio disse que está na ancestralidade da capoeira, que o mais velho é quem lidera, que é o Mestre, não é uma assembleia, ele discute, ele ouve os alunos, mas ele quem decide é ele, é isso que vê que funciona na capoeira; se é uma classe, é preciso apenas uma instituição. Perninha foi explicar que uma associação são pessoas unidas em torno de algo em comum. E o que seria um grupo de capoeira? Cada grupo, que é cada associação, teria sua autonomia para definir as cordas. Existem várias lideranças, que estão na Associação. Ele retomou a explicação do Contramestre Biriba, que quando o Iphan chegou, a estrutura deles já estava montada, de Federação. Então cada associação vai ter um líder e um representante no Comitê Gestor, cada associação tem um representante, mas nenhuma associação sobre a outra nem a federação tem poder sobre a associação. Como eles estavam mais organizados, quando o Iphan entrou, eles já estavam formados. Aqui no nosso estado, nós temos duas federações, mas elas não representam os grupos do Estado, esse Fórum mesmo não tem a legitimidade devida; que a eleição que elegeu os representantes do Fórum não representa os interesses de todos os grupos do Estado. Mestre Paraguai disse que já trabalhou em Roraima, aqui a gente tem muito mais habitantes, mais municípios, e lá a capoeira não disputa com muitos atrativos, quando coloca um grupo de capoeira, ela atrai mais pessoas. Mestre Alcio propôs para o Plano de Ação do Iphan de 2016, já proponho construir um espaço da capoeira, com alojamento, com auditório, ver terreno com a Prefeitura, para fazer a Casa da Capoeira, com verba federal. Mestrando Perninha pediu para constar em ata. Mestre Robson explicou que existe apenas uma Federação aqui no Estado, que todos os grupos foram convidados, que ela passou pela mão do Mestre Índio, depois para o Mestre Marcos, e aconteceu o mesmo problema que acontece hoje aqui, que tem pessoas que apostam e outros, que tem grupos grandes e não quiseram participar. Mestre Robson e Mestre Caio tentaram lembrar como foi o processo de constituição da Federação, das regras relativas à graduação, discutindo como foi. Mestrando Perninha pediu para retomar a pauta. Mestre Robson pediu para explicar, disse que os grupos não querem entrar pois não querem perder sua autonomia. Mestre Alcio lembrou que o Estado tem 167 municípios, muitos municípios pequenos e dá para trabalhar. Mestrando Perninha concordou, dizendo que era um estado acessível, que dava pra articular, que tinha poucos grupos, essas representações tem que participar, tem que estar dentro de uma Federação para que ela se torne representativa. Mas para isso é preciso entender: eu preciso me formalizar para ter recurso, porquê? Qual o sentido de se formalizar? Na fala do Mestre Biriba, nota-se que depois que a Federação se formalizou, eles puderam captar recurso, mas os grupos decidem como será dividido esse dinheiro, como serão os eventos. O nosso objetivo é que a gente tem que estar forte politicamente, com representação política para receber recurso. E perguntou: como é que o Governo vai passar recurso se eu não estou formalizado? O Conselho Gestor vai dizer como será rateado, vai ficar responsável. Mestre Robson disse que nunca se perguntou aos capoeiristas o que eles querem para a capoeira, e questionou como a gente vai saber o que fazer. Tem que convidar as pessoas para vir. Tem que trazer as pessoas para a capoeira, se não vierem, a gente não tem o que fazer. Mestre Caio disse que foi perguntado pelo Iphan no início do que era que o capoeirista queria, e foi dito que era a organização política. Mestre Alcio disse que muitos vieram porque era patrimônio mundial, que pensavam que ia entrar muito dinheiro, aí quando começou a vir para as reuniões e ver qual era a realidade, aí começou a esvaziar. Ressaltou que nunca fui pelo grupo, eu sou capoeira, como é que eu vou querer recurso, se eu não estou legalizado. E receber recurso público não é simples, tem que prestar conta. E isso tem que ser considerado. Mestre Moleque disse que sem contar que os ditos grupos pequenos se menosprezam, que quando eles veem quem são os caciques, eles não querem mais vir. Quem está querendo se vangloriar, para benefício próprio, já sai até do grupo de WhatsApp. O caminho é todo mundo se ajudar, eu liguei chamando, mas as pessoas reclamam que não tem roda, vai ficar sentado lá discutindo ali. Andréa disse que estava aberta a solicitação do DPI para diárias e passagens. Que essa coisa da formalidade era importante, pois era recurso público. Mestre Robson disse que não achava que trazer Contramestre Biriba ia ser útil, pois seria repetitivo. Que tinha que ir atrás de todo mundo. Que tem que se organizar e trazer mais representantes de grupo, tem que buscar mais pessoas. Mestre Caio disse que concordava com Mestre Robson, que tem que chamar mais pessoas, mais como atrair essas pessoas. Mas as coisas tem que começar, pois vai ter gente que só vai vir quando as coisas começarem a acontecer. Se as pessoas estão aqui e estão interessadas, tem que fazer. As pessoas ficam pensando que é só reunião, mas tem que ter um atrativo. Mestrando Perninha acha que a experiência de uma pessoa era interessante, como do Contramestre Biriba, e como disse Mestre Caio, pensar em um atrativo. Quer que as pessoas participem, que por isso grava e coloca na internet. Concorda com o evento e sugere que haja um prazo maior para o Fórum nesse meio período e encaminhar ao Iphan o pedido de passagem e diária. Andréa sugeriu trazer um técnico do DPI do Iphan em Brasília. Mestre Paraguai disse que trouxe uma oportunidade para a capoeira aparecer, e descentralizar a capoeira dos grupos grandes, dele, que tem um grupo pequeno, de estar aqui trocando informações; ao mesmo tempo pede mais informação, que a melhor forma seria o Facebook. Acha que não pode baixar a cabeça e sim ver quem quer alguma coisa para a capoeira. Deve aproveitar os que querem e tocar o barco pra frente. Mestre Junior Aranha disse que acha que as pessoas deixaram de vir porque achavam que ia ter dinheiro envolvido; outra coisa é que as pessoas vinham, achando que nada acontecia e deixaram de vir. Que as pessoas que estão aqui querem fazer alguma coisa, então se cada um trouxer 30 alunos, já faz um movimento grande. Tem que realizar para a coisa acontecer, se ficar só pensando, não vai acontecer, eu venho pra contribuir, pode ser uma reunião virtual. Mestre Alcio disse que tinha um projeto chamado “não jogue lixo na praia, jogue capoeira”, que era um projeto de ir com um grupo de capoeira na praia junto com a Urbana. Mestrando Perninha disse que pode usar o mesmo recurso de web conferência para fazer as reuniões. Mestre Robson disse que desde o começo ninguém prometeu dinheiro a ninguém, se alguém achava que ia ganhar algo, não sei de onde tirou. Disse que tem que trazer mais pessoas, que o número faz diferença pois tem mais apelo. Se não vier, tudo bem, mas segue, e tem que vir pela capoeira. Mestrando Perninha retomou o comando e passou a fazer suas considerações, dizendo que ao final tirariam os encaminhamentos. Disse que acredita, e deve ficar batendo nessa tecla, até que dê resultado, a ideia de fazer algo substancial é boa. Informou ainda que o IFRN ganhou um edital de Mais Cultura nas Universidades, para execução nos próximos dois anos. E o projeto de Capoeira Corpo Livre que está dentro do projeto, terá em torno de cem mil reais, e contempla diárias e passagens, e o projeto maior envolve um circuito cultural no Estado todo. E que pode trazer o Iphan junto nesse processo. Andréa informou que o Iphan já está no Conselho Gestor, por outro caminho. Mestre Alcio sugeriu que valorizasse os grupos daqui, pois entendia que os capoeiristas daqui ganhassem cachê igual ao de fora. Mestrando Perninha disse que concordava, que um dos princípios da capoeira era a igualdade, que não importava que o capoeirista tivesse projeção internacional. Mestre Alcio lembrou que hoje era importante pois iriam sair com encaminhamentos, e que seria montadas associações para montar a Federação, que seria importante ver qual a situação dos grupos de capoeira quanto a isso. Mestrando Perninha destacou que era importante a legalização, para angariar recursos públicos. Colocou como proposta a regularização jurídica dos grupos de capoeira, para no futuro montar a Federação e saber a situação dos grupos. Lembrou que no processo de salvaguarda, esse levantamento será bom para visualizar isso. Foi aprovada por todos. A segunda proposta foi de que a reunião fosse a cada dois meses, para haver uma articulação melhor, devendo ser em setembro. Mestrando Perninha colocou também a possibilidade de solicitação de passagem e diária ao Iphan. Mestre Alcio propôs que viesse um técnico do Iphan, especialista em capoeira, sendo aprovado pelos demais. Ficou pré-agendada a semana de 21 a 25 de setembro para o próximo Fórum, com a vinda do técnico do Iphan por três dias. Nada mais havendo a tratar, eu Andréa Costa, lavrei esta ata.

Natal, 30 de julho de 2015.





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